Todo os epítetos foram atribuídos a quem se recusava a “assentar praça”, a engrossar os “contigentes militares” embarcados para as colónias portuguesas, ou em pleno “teatro de guerra” desertava, entregando-se aos movimentos de libertação.
Foram-no, e ainda são em muitos casos por quem não compreende o que foi a guerra colonial, as suas causas históricas, económicas e políticas, rotulados de desertores, refractários, traidores, covardes, comunistas, traidores da pátria.
Porém, contudo, punham a sua liberdade em risco caso fossem detidos pelas autoridades, de um modo especial pela Pide-Dgs, e simultaneamente também suas famílias ficavam sujeitas às pressões da mesma policia política. Eram estas as consequências, na melhore das hipóteses, quando a fuga derivava somente para não afectar o sustento da família, indo a salto para outro país trabalhar.
Em 1970/71, começa em Portugal a organização dos militares desertores e que eram anti-guerra colonial, em consequência do desenvolvimento das lutas nos interior dos quartéis, um pouco por todo o país quando simultaneamente a posição colonial portuguesa era criticada internacionalmente.
Foram tão heróis como todos os outros que engrossaram as fileiras do exército, que não conseguiam ter capacidade de reagir ao sistema e submetidos ao medo imposto pelo fascismo com os seus tentáculos policiais, militares e económicos.
Não estando aqui incluidos os reaccionários, militaristas, mercenários e outros com manias bélicas.
Não estando aqui incluidos os reaccionários, militaristas, mercenários e outros com manias bélicas.
Heróis também porque se recusaram, correndo todos os riscos, a combater povos que estavam lutando pela sua independência depois de séculos de subjugação.
Esta publicação é de Abril de 1971 do "Comité de apoio aos desertores portugueses" com sede em França. Sua destribuição foi feita nas principais unidades militares, mobilizadoras de contigentes para àfrica.
Destribuida tambem entre núcleos politizados de jovens trabalhadores.
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