1937, 4 de Jullho. O presidente do C. Ministros, Oliveira Salazar, sofre um atentado quando ia à missa dominical na capela particular de Josué Trocado.
Salazar, sai do carro na Av. Barbosa do Bocage, e dá-se uma violenta explosão, que faz partir vidros e levantar tampões dos colectores.
Não houve mortos nem feridos.
Reparem nos figurantes da imagem. Bombeiros, Policia, Exército, Mocidade Portuguesa, Legião (á direita atrás c/ dolman), e claro, agentes da Pide.
Um dos principais responsáveis o anarco-sindicalista Emídio Santana, preso entre 1937 e 1953, que viria a falecer em 1988, com 82 anos, mantendo-se sempre um anarquista convicto.
Nasceu em Lisboa a 4 de Julho de 1906, filho de um serralheiro mecânico filiado no Sindicato Metalurgico.
Cresceu num ambiente muito influenciado pelo movimento associativo operário e socialista.
Devido às dificuldades económicas da familia, começou a trabalhar como aprendiz de carpinteiro de moldes aos 14 anos.
Filiou-se imidiatamente no Sindicato dos Metalurgicos e, em 1924 nas Juventudes Sindicalistas de cariz anarco-sindicalista. A sua intensa actividade sindicalista levou-o à prisão pela primeira vez em 1928, tendo sido libertado no mesmo ano.
Foi condenado novamente a um ano de prisão em 1933, sendo deportado para os Açores.
Partecipa no reaparecimento clandestino do jornal 'A Batalha' e no atentado a Salazar em Julho de 1937. Refugia-se na Gra-Bretanha, mas é entregue à policia portuguesa pelas autoridades britânicas.
Cumpre pena na Cadeia de Coimbra até 1953, altura em que começa a dedicar-se a actividades cooperativas.
Desiludido com a partidirização e burocratização dos sindicatos após o 25 Abril, empenhou-se no ressurgimento do jornal 'A Batalha'.
Morreu em Lisboa no dia 16 de Outubro de 1988.
2 comentários:
Gostei do que li, actualizei conhecimentos. Obrigado pela informação...mais completa que aquilo que sabia.
Parabéns Filipe.
Afinal não estás aqui a pregar no deserto...
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