25 janeiro 2011

VIETNAM, visto por jovens



   " Segundo os Acordos de Genebra de 1954, o paralelo 17 seria uma linha de demarcação provisória adentro de um mesmo país. Os acontecimentos posteriores vieram, porém, transformar essa linha imaginária numa fronteira real entre dois mundos. A Norte: um povo coeso, um povo inteiramente em armas, formando com o seu governo um só pensamento, um só desígnio, uma só determinação. A Sul: um povo ocupado por um "aliado" estrangeiro, um governo fantoche, absolutamente estranho a todos interesses nacionais, incapaz de armar ou mobilizar a população, um exército nacional, constituido por recrutamento imposto, uma camada de novos ricos que vão extorquindo dinheiro onde quer que o consigam e o vão exportando para a Europa, dominados pela febre de "enriquecer o mais depressa possivel e por-se a salvo, antes que seja tarde de mais", uma camada de de pequenos traficantes e prostitutas; um Lumpenproletariado autóctone, na sua maioria arteficialmente criado pelos "amigos" estrangeiros, no âmbito de um empreendimento "industrial" cruamente designado de "produção de refugiados", uma grande maioria de pequenos camponeses, vestidos de pijama negro e com olhos em amêndoa.
   Elemento comum a esses dois mundos: campos devastados, a destruição de aglomerados populacionais, as marcas reveladoras, enfim, de uma guerra que não tem poupado casas, escolas, hospitais, que tem ceifado e mutilado milhares de vidas."

(in "Estes massacres que nos vem do Vietnam" de Alice Nicolau)
  

1 comentário:

FURRIEL DIAS disse...

Amigo Carlos Filipe as semelhanças com a nossa guerra colonial são mais que muitas .
Claro que nas devidas proporções,mas os americanos tambem tinham muitos mais e melhores meios que nós.
Por algum motivo já chamam á nossa guerra colonial o Vietname portugues.
Como todas as guerras são um crime á humanidade e sao injustas e desnecessárias.
e é por esse motivo temos de dizer todos nãoá guerra e viva a paz.
Um abraço
Dias